A Pirâmide de Aprendizagem é uma ilustração que retrata uma ideia geral das habilidades fundamentais do desenvolvimento infantil e quais outras habilidades são desenvolvidas a partir delas, podendo colaborar na construção de objetivos terapêuticos na Musicoterapia e demais modalidades terapêuticas que atuem com bebês e crianças.
Ela foi desenvolvida pela terapeuta ocupacional Kathleen Taylor e pela educadora especial Maryann Trott, e publicada no livro How does your engine run?: A leader's guide to the alert program for self-regulation (Williams e Schellenberger, 1996).
Esta ilustração descreve as habilidades básicas na base da pirâmide e as habilidades que são suportadas pelas habilidades básicas nas camadas acima. Uma vez que as camadas inferiores da pirâmide são adequadas, as camadas acima podem ser desenvolvidas com mais eficiência, facilitando, assim, processos cognitivos mais complexos. Abordar as habilidades nesta ordem é conhecido como utilizar a abordagem bottom-up.
Como você viu na imagem acima e também na última postagem do blog (Musicoterapia Multissensorial), nós somos, basicamente, seres sensoriais. O profissional principal para tratamento e trabalho dessas questões, especialmente quando há Transtorno do Processamento Sensorial, é o Terapeuta Ocupacional, mas existem sistemas sensoriais que são abordados de forma mais profunda (ou complementar) por outros profissionais. Por exemplo, a audição é foco principal da Musicoterapia; questões alimentares, de fala e de processamento auditivo também são foco da Fonoaudiologia; aprendizagem envolve todas as terapias, mas é foco principal da Psicopedagogia e Educação Especial...
Quando atendemos uma criança, não podemos olhar para ela como várias peças de quebra-cabeça separadas, mas como uma imagem completa por si só, sem peças faltando. Precisamos de nossas especialidades, sim, pois cada uma tem um propósito diferente, mas quando falamos em desenvolvimento infantil, os objetivos terapêuticos devem estar alinhados e os profissionais serem capazes de conversar de forma aberta, entender o trabalho dos colegas e somar esforços pelo seu objetivo principal: o bem-estar das crianças atendidas.
Ainda considerando os sistemas sensoriais, a Musicoterapia tem um tipo de avaliação, que pode complementar aquela feita pela Terapia Ocupacional. Quando falamos de crianças autistas, as intervenções baseadas em ABA (Applied Behavior Analysis), por sua vez, também têm suas avaliações que consideram questões sensoriais e como estas afetam o comportamento. Por tanto, necessitamos unir as visões, para entender a criança em sua integridade e assim proporcionar o melhor dentro de nossos settings.
Fonte: https://otplan.com/